Aposentando-se de si mesmo.

Muitos já devem ter ouvido falar de que há moços velhos e velhos moços.

Só depois de adulta consegui compreender isso plenamente.

Ao longo da vida vamos sempre nos encontrando com pessoas que traduzem esse conceito através de seu estilo de vida e comportamento.

É triste ver que às vezes, muitos,  ainda jovens, aposentam-se de si mesmos.

Deixam-se moldar por pensamentos negativos,  experiências difíceis ou dolorosas, relacionamentos frustrantes e perdas permanentes ou temporárias.

É fácil identificar pessoas que pensam como verdadeiros aposentados.

Em geral, elas se impõem limitações que na prática não existem. Sentem-se impedidas de realizar determinadas coisas. Acreditam que tal atitude ou comportamento não combina com a sua idade,que não estão suficientemente atualizadas.

Enfim…privam-se espontaneamente de uma série de desafios, prazeres e oportunidades.

Deixam que as queixas e lamentações ocupem o lugar dos sonhos e das esperanças.

O contrário também é verdade. Não é difícil identificar pessoas com muitos anos de vida, mas com espírito extremamente jovem.

Essas pessoas tem a capacidade de se reinventar constantemente. Se negam a acreditar  em supostas limitações ou impedimentos. Guiam-se pela vontade, pela disposição,  pelo prazer e pela coragem de  desafiar o novo.

Apaixonam-se com facilidade e a sua energia e alegria é capaz de contagiar quem os cerca.

Gosto muito de MPB (música popular brasileira) e me encanta ver como alguns ícones da nossa música, estão avançando em idade sem no entanto envelhecer. É o caso por exemplo de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Ambos continuam criando, experimentando coisas novas e evoluindo, em completa sintonia com o mundo atual.

É como diz Mário Quintana “Tempo é um ponto de vista. Velho é quem é um dia mais velho que a gente”.

E você? Já está se aposentando ou ainda se sente alimentado e desafiado pelos seus sonhos?

Você prefere estar na moda ou ser feliz?

No próximo ano, estarei completando 20 anos de serviços prestados a uma mesma organização.

Sempre que declaro isso a alguém, percebo nas pessoas uma reação que é um misto de admiração, descrença e lástima.

Muitas vezes, fica uma nítida sensação de que as pessoas lamentam por mim, o fato de eu ter passado ou dedicado tanto tempo da minha vida a uma única organização.

Nunca me senti assim, porque  a empresa em que trabalho hoje, exceto pelos valores e cultura, em nada se parece com a empresa em que iniciei minhas atividades no ano de 92.

Foram tantas as ações de revisão estratégica,  de mudança de  estrutura e de posicionamento de marca, de inovações em termos de tecnologias, políticas, práticas,  e procedimentos.

Foram tantos os projetos, os eventos e as ações que tanto desafiaram o meu potencial, que não posso lamentar em nada, ao contrário, agradeço muito a oportunidade,  de durante todo este tempo,  ter participado da construção de uma marca importante no mercado varejista brasileiro e mais que isso,através da ação do RH,  ter contribuído para o fortalecimento de uma cultura de simplicidade, transparência, portas abertas e valorização das pessoas.

Ouvi esta semana um comentário do Max Geringher, com o qual muito me identifiquei.

Ele fez uma analogia interessante, comparando um colaborador que, contrariando a ordem e o conceito vigente, opta por permanecer muito tempo em uma organização.

Ele relembrou aquela fábula bem conhecida do elefante amestrado.

A fábula diz que o elefante, permanece preso a uma pequena e frágil estaca, simplesmente porque foi amestrado, tendo sido  colocado ali desde que era pequeno ele tentou várias vezes se soltar mas não conseguiu;  ao crescer, se acostumou e não mais tentou.

Max pondera de que o elefante pode não se soltar da estaca, por opção própria. Porque ali ele é diariamente lavado, escovado, bem tratado e bem alimentado.  E é assim que ele se sente feliz e confortável.

A moda influencia demais a nossa vida, e no mercado de trabalho também há conceitos que ficam na moda. Eles mudam de tempos em tempos, mas tem sempre algo que pode ser considerado “in”.

No atual mercado, permanecer na mesma empresa muito tempo está completamente fora de moda.

Mas eu lhe pergunto: você prefere estar na moda ou ser feliz?

TODO BOM PROFISSIONAL É UM VENDEDOR

Em geral, as empresas possuem estruturas departamentalizadas, isso significa que cada área é responsável por uma ou mais atividades ou processos.

Desta forma, temos as áreas administrativas, de serviço, de T.I. ,  de R.H., de compras e de vendas.

E como RH nós estamos sempre preocupados em qualificar cada vez mais a área de vendas, pois é assim que podemos vencer a concorrência.

O que muitas vezes nos esquecemos é que em qualquer uma das áreas da empresa, todos os bons profissionais, são, no fundo no fundo, bons vendedores.

Portanto, independente da área em que você atua, se você quer ser um bom profissional  procure  exercitar suas habilidades como vendedor.

E quais são estas habilidades?

Fiz uma rápida pesquisa e encontrei diversas,  mas vamos nos concentrar nas principais.

Veja algumas das habilidades descritas por Ram Charam, o maior guru de vendas da atualidade:

  1. 1.     Conheça a sua empresa

Conhecer a empresa vai além de conhecer somente o seu trabalho. Independente da área em que você trabalha, pense na sua empresa como seu principal cliente e procure ajudá-lo da melhor forma possível.

  1. 2.     Relacionamento é tudo

Não seja tímido, procure se relacionar bem com todas as áreas da empresa. É bem mais fácil pedir um favor ou uma ajuda a quem já tem simpatia por você.

  1. 3.     A palavra de ordem é conteúdo

A era do vendedor que convence com a sua “lábia” já se foi. É preciso conhecer bem o seu produto e saber falar dos benefícios que ele pode proporcionar ao cliente. Na verdade o que o cliente quer saber é “onde está a vantagem para mim?”.

  1. 4.     Atualize-se

A melhor forma de despertar o interesse das pessoas para você é falar sobre algo que as interesse ou fornecer uma informação que as pessoas não tem.

Procure ler bastante, ouvir notícias no rádio e acompanhar as redes sociais. Desta forma, sempre será fácil para você, ter sobre o que falar com as pessoas

  1. 5.     Saiba negociar

Em qualquer área ou atividade, é preciso que você aprenda a ceder. Se você quiser ser um bom negociador, aprenda um conceito simples: “o resultado precisa ser bom para os dois lados”.

Já aprendi tudo que devia saber – parte 2

 

“Não se pode criar experiência, é preciso passar por ela” Albert Camus

 

O título deste post é uma das frases que mais ouvi nos últimos anos.

Em geral ela tem sido dita por profissionais jovens e ainda em início de carreira, que após 7 ou 8 meses de empresa se dizem desestimulados por falta de “oportunidade e perspectiva de crescimento”.

Eles deixam a empresa que trabalham, algumas vezes até sem outra oferta concreta, simplesmente pelo fato de acreditarem que estão estagnados e já aprenderam o que precisavam saber.

Além disso, a maior parte deles são extremamente inquietos, apressados e querem pular etapas.

Sei que esse é um comportamento cada vez mais comum, pois constato isso nos curriculos que recebo. Tem sido cada vez mais difícil encontrar pessoas assim em início de carreira que tenham passado mais de um ano na mesma empresa.

Li recentemente que segundo uma pesquisa realizada pela Right Management Consultants Inc, constatou que há um grande descompasso entre empresas e colaboradores no que se refere à permanência na empresa (retenção). Enquanto que os jovens profissionais pretendem permanecer na empresa por no máximo 4 anos, as empresas gostariam de reter os bons por cerca de 10 anos.

Sempre digo aos jovens que me procuram que o início de carreira é sem dúvida o momento de arriscar e experimentar, mas às vezes percebo que esta é uma recomendação que tem sido mal interpretada por muitos.

Tive um chefe no início da minha carreira que dizia que para aprender era preciso “engrossar o couro”, em outras palavras: “ralar”, “dar duro”, pois aprendizado leva tempo. Não ocorre de forma instantânea.

E o que percebo é que muitos hoje rejeitam este conceito.

Por isso o cenário que se desenha hoje é o de um grande número de profissionais que tem tempo de serviço, mas não necessariamente experiência.

A experiência aliás é um conceito interessante, porque alguém pode ter 10 anos de empresa e 1 ano de experiência, o que significa que teve 1 ano de experiência repetido dez vezes. Ao passo que uma outra pessoa pode ter metade do tempo de serviço (5 anos) e o dobro da experiência (2 anos).

A falta de consistência na experiência (leia-se, em parte tempo de experiência) tem tornado o conhecimento destes jovens superficial e fragmentado.

Para adquirir uma experiência consistente e poder dizer que se é bom no que faz, é preciso de um mínimo de tempo (é claro que isso varia de função para função, de atividade para atividade).

Mas é preciso que se saiba que um processo ou uma rotina pode ser aprendido rapidamente, mas as atitudes comportamentais necessárias ao bom desempenho de uma função somente são adquiridas através da vivência diária, da exposição a situações inusitadas, com maior grau de complexidade,  que exigem o desenvolvimento de atitudes importantes em qualquer função; capacidade de análise, inciativa, criatividade, etc..

Antes de acreditar que você já aprendeu tudo o que devia saber, pergunte-se se você está fazendo uma avaliação correta ou se simplesmente está querendo fazer o rio correr mais rápido do que ele corre naturalmente.

Já aprendi tudo que devia saber – parte 1

 

No livro “Tudo que eu devia saber na vida, aprendi no jardim da infanância”, o escritor Robert Fulghun nos delicia com um texto fantástico, ele escreve:

Grande parte do que eu realmente preciso saber sobre a vida, o que fazer, como ser, eu aprendi no jardim da infância. 

Não foi na universidade nem na pós-graduação que eu encontrei a verdadeira sabedoria, e sim no recreio do jardim da infância. Foi exatamente isto que aprendi: compartilhar tudo, brincar dentro das regras, não bater nos outros, colocar as coisas de volta no lugar onde as encontrei, limpar a própria sujeira, não pegar o que não era meu, pedir desculpas quando machucava alguém, lavar as mãos antes de comer, puxar a descarga do banheiro. 

Também descobri que café com leite é gostoso, que uma vida equilibrada é saudável e que pensar um pouco, aprender um pouco, desenhar, pintar, dançar, planejar e trabalhar um pouco todos os dias, nos faz muito bem. Tirar uma soneca todas as tardes, tomar muito cuidado com o trânsito, segurar as mãos de alguém e ficar juntos, são boas formas de enfrentar o mundo. 

Prestar atenção em todas as maravilhas e lembrar da pequena semente que, um dia, plantamos em um copo de plástico. As raízes iam para baixo e as folhas iam para cima mas ninguém realmente sabia nem porquê. Mas nós somos assim! 

Peixinhos dourados, hamsters e ratinhos brancos; e até mesmo a pequena semente do copo de plástico, tudo morre um dia. E nós também. 

Tudo que você realmente precisa saber esta aí. Faça aos outros aquilo que você gostaria que eles fizessem para você. Amor, higiene básica, ecologia e política contribuem para uma vida saudável. 

Penso que tudo seria melhor se todos nós – o mundo inteiro – tomássemos café com leite todas as tardes e descansássemos um pouquinho abraçados a um travesseiro. Ou se tivéssemos uma política básica em nossa nação e em todas as coisas também, para sempre colocarmos as coisas de volta ao lugar onde as encontramos, limpando nossa própria sujeira. E ainda é verdade que, seja qual for a idade, – o melhor é darmos as mãos e ficarmos juntos! 

Fonte: Folha de São Paulo 

Este texto é muito importante para os jovens em início de carreira,  que saem da faculdade acreditando que o diploma os capacitou completamente para o exercício da profissão e para o mercado de trabalho.

O que tenho visto no dia a dia do RH é que mais que conhecimento – que tem se tornado cada vez mais acessível a todos-  os jovens profissionais precisam se lembrar dos valores que aprenderam quando crianças.

Cumprimentar as pessoas ao escrever um e-mail, dizer “por favor” e obrigado, pedir desculpas quando erra, magoa alguém de forma intencional ou não,   ou falta a um compromisso (chegar atrasado por exemplo); saber ser generoso e dividir o mérito por uma ideia ou um trabalho bem feito; ser agradecido pelas conquistas já obtidas e ter paciência para obter outras.

Estes são apenas alguns exemplos das atitudes aprendidas nos tempos de criança,  que se forem aliadas à competência técnica podem tornar o dia a dia e a vida profissional de todos bem melhor.