Adoro problemas!

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Este é o título de um livro de Michael Moore e de um filme (que não tem nada a ver com o livro) estrelado por Julia Roberts e Nick Nolte;  mas é também um  comportamento típico  de algumas pessoas.

Um dia desses estava em uma fila no banco e atrás de mim estavam duas senhoras que conversavam em alto e bom som, a princípio a conversa me incomodou (devido ao volume da voz delas), mas em poucos instantes fiquei interessada no diálogo.

O que mais me chamou atenção foi o fato de que ambas competiam para ver qual delas era a mais desafortunada. Foi um diálogo insólito, que tento reproduzir abaixo:

– Minha situação é terrível, veja só, abandonada pelo marido depois de 15 anos de casada.

– É, mas pelo menos ele te paga pensão. E o meu,  que nem isso faz?

– É, mas você não tem filhos e está trabalhando e eu tenho filhos e estou desempregada.

– É, mas eu acho que vou ficar desempregada também,  de tanto chorar por ter sido traída pelo marido e pela minha melhor amiga. Nunca imaginei que eles tivessem um caso.

-É, mas pelo menos a sua melhor amiga tem a sua idade e eu que fui trocada por uma 15 anos mais jovem e com tudo em cima.

Infeliz ou felizmente, chegou a minha vez  de ir ao caixa e não pude acompanhar o restante do diálogo e não consigo imaginar como ele pode ter terminado.

Além de sair do banco rindo e não acreditando no que eu presenciei, não pude deixar de pensar que há pessoas que parecem “adorar problemas”, se você tentar minimizá-los ou propor uma solução  a pessoa fica triste porque está tão apegada a eles que não quer solucioná-los.  Então, imediatamente a pessoa volta a tentar te convencer que o problema é tão grave que não há coisa pior no mundo.

Parece que ao solucionar o problema essas pessoas perdem algo valioso para elas e ficam decepcionadas, porque não podem mais reclamar ou se queixar.

Esse tipo de pessoa passa muito tempo “acariciando, regando e cuidando” do seu problema, o objetivo parece ser o de prolongar a sua existência; colocar uma lente de aumento e analisar a sua extensão, largura e profundidade ;  relembrá-lo o tempo todo e passar a maior parte do tempo remexendo nele e homenageando-o  ao invés de solucioná-lo.

E se porventura, um problema é solucionado, a pessoa escolhe outro para tomar o seu lugar.

Em geral, este tipo de pessoa perde boa parte da vida e dos bons momentos que ela oferece, pelo simples fato de viver apaixonado pelos problemas.

É claro que a vida não é um mar de rosas e todos enfrentamos desafios diários, mas devemos concentrar nossa energia e criatividade na busca de solução e não em reclamação.

MENTIRA CARINHOSA

mentira

Temos um calendário anual recheado de datas especiais, dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, da secretária, dos professores e por aí vai.

Tem inclusive o dia da mentira e  se você perguntar, todos saberão responder. Quando se comemora o dia da mentira no Brasil?

Primeiro de Abril. Todo mundo sabe, porque todo mundo já sentiu vontade de pregar uma peça ou enganar alguém, nem que fosse só para dizer no fianl: primeiro de Abril.

Só descobri recentemente, que está se tornando muito conhecido também o dia da verdade.  Achei isso muito interessante, criar um dia da verdade. Mas, será que a verdade precisa de um dia especial? Não seria como fazem os maridos e filhos que se esquecem do presente no dia das mães e dizem: todo dia é dia das mães! Não deveriam todos os dias ser dias da verdade?

Infelizmente, às vezes percebemos que as pessoas tem dificuldade não só de falar, mas também de ouvir a verdade, por isso, muitos de nós preferimos falar mentiras, muitas delas extremamente carinhosas, mas ainda assim, mentiras.

Temos dificuldade de falar a verdade, porque não queremos ser portador de más notícias, temos medo de que a pessoa se magoe ou deixe de gostar de nós.

Precisamos aprender não somente a falar, mas a também ouvir as verdades.

Por mais difícil que seja, ouvir a opinião sincera e alheia a nosso respeito, é só assim que podemos nos avaliar, nos reformular e nos transformar.

Seja aberto ao feedback, aprenda a ouvir sem se justificar. Aprenda também a pedir feedback. Esta é a melhor ferramenta para o seu desenvolvimento.

E se seu interlocutor, não for dos mais jeitosos, para dar o feedback, ignore aquilo que não caiu bem, seja realista e objetivo e concentre-se nos pontos que fazem sentido.

Com certeza, todos nós podemos melhorar muito se aprendermos a falar a verdade, de forma sincera e respeitosa, assim como, se preferirmos as verdades doídas às mentiras carinhosas.

Quanto ao dia das mães, continuo sendo favorável a ter um dia especial. Quer melhor desculpa para ganhar presente?