ADMINISTRAR PESSOAS NÃO É DIFÍCIL. É IMPOSSÍVEL!

“Não se ‘administram’ pessoas, como se presumia anteriormente. Lideram-se pessoas. Para maximizar o desempenho delas, a solução é capitalizar sobre seus pontos fortes e seus conhecimentos, e não procurar forçá-las a adequar-se a modelos previamente definidos”.

Peter Drucker

 

Administrar pessoas não é difícil. É impossível. Por uma razão simples,  pessoas não são recursos, estes sim são administráveis.

Pessoas são talentos e estes não podem ser administrados, mas sim liderados.

E como liderar?

Por mais que os conceitos e técnicas em liderança e gestão tenham avançado nas últimas décadas, é impressionante ver como ainda há muitas pessoas acreditando que colaborador é para ser mandado, controlado e vigiado.

Muitos que ocupam cargo de liderança ficam indignados porque não conseguem controlar seus colaboradores, e é comum ver essas pessoas se queixando.

O que estas pessoas não percebem é que algumas vezes o problema não está com o colaborador, mas sim com o líder.

A liderança começa e termina com a comunicação. Sem uma comunicação clara é impossível exercer uma liderança efetiva.

Dependendo da forma como você conversa com sua equipe, você pode não estar se comunicando com ela, mas simplesmente passando informações.

A comunicação é mais do que transmitir informações e para que haja comunicação efetiva é preciso que você esteja sintonizado com a sua equipe.

É preciso antes de qualquer coisa, ouvir. Só ouvindo, você poderá entender como cada um se sente, o que pensa e o que anseia. Só assim será possível inserir-se em seus contextos  e entender como raciocinam.

O verdadeiro líder não desagrega, mas agrega.

O verdadeiro líder é aquele capaz de entender a forma como seus liderados pensam e através de uma comunicação eficiente, consegue alterar a sua estrutura mental, os faz  enxergar sob o seu prisma e os mobiliza para a ação.

Para que isso ocorra é preciso estar atento á maneira de apresentar novas ideias e analisar velhos problemas.

È preciso ser honesto, sincero, transparente e digno de confiança.

É preciso mostrar respeito pela opinião dos colaboradores e agir de forma ética e previsível.

Steve Chandler e Scott Richardsson, em seu livro 100 maneiras de motivar pessoas, argumentam que você não pode administrar pessoas, mas pode administrar acordos.

Aquilo que for dito e acordado deve ser feito integralmente e de forma recíproca. Isso quer dizer que se você prometeu deve cumprir e se seu colaborador concordou também deve fazê-lo da forma combinada.

Mas e quando ele não faz?

Muitos gestores ou líderes costumam ficar bravos, irritados ou agem como se fossem pais indignados com a desobediência dos filhos.

Diante de um fato como esse, só existem  3 possibilidades;

– o colaborador não entendeu o que era para ser feito

– o colaborador não sabe fazer ou precisa do seu apoio para isso

– o colaborador deliberadamente não quis fazer

Como líder é seu papel entender qual é o caso e agir de forma a alterar a atitude de seu colaborador.

Não fique bravo, irritado ou indignado, cheque se sua expectativa está bastante clara, reforce o acordo feito entre vocês, e procure obter compromisso.

Lembre-se você não irá conseguir administrar pessoas, mas se for maduro o suficiente, poderá perfeitamente administrar acordos.

Como ter foco em solução e não em problemas

Todos nós podemos apontar facilmente um amigo ou conhecido que está sempre reclamando de algum problema.

A  qualquer dia ou hora que você encontrar com ele, sempre haverá algo ruim para contar ou alguma coisa de que se queixar.

Sempre que penso sobre isso, me lembro de um desenho do meu tempo de criança. Lippy e Hard, eram um leão e uma hiena, o leão super otimista e a hiena extremamente pessimista, Lippy o Leão vivia elaborando planos mirabolantes para a dupla se dar bem, mas Hard, a hiena estava sempre desanimada e vivia dizendo: ó vida, ó céus, ó azar! Isso não vai dar certo!

O triste é saber que é fácil identificar essas características nos outros, mas difícil perceber quando agimos assim.

No mundo corporativo há vários exemplos famosos, de como mudar o foco do problema para a solução.

Uma das histórias mais conhecidas é sobre a pasta de dente. Reza a lenda que um grupo de executivos se reuniu para saber como vender mais pasta de dente, após várias e inviáveis sugestões mercadológicas, a copeira entra na sala para servir o café. Os executivos fazem uma pausa e um pergunta em tom jocozo “então Maria, como é que a gente faz para vender mais pasta de dente?”.

Imediatamente a copeira responde: aumenta o buraco do tubo, uai!

Na vida pessoal, às vezes, as pessoas só conseguem focar o problema e perdem de vista a solução. Pare e pense:quanto tempo você gasta falando do problema, reclamando, analisando, aumentando e sofrendo com ele?

Se você quer efetivamente solucionar o problema, pare de falar sobre ele, pense com a mente aberta e de forma criativa: o que eu posso fazer para solucioná-lo ou minimizá-lo?

Sempre haverá muitas coisas a fazer e muitas das vezes a solução é mais simples do que você imagina. Se você gastar tempo em procurar a solução, vai se surpreender com as várias opções à sua disposição.

Esqueça o problema, não fique falando sobre ele e o enaltecendo. Procure soluções e estimule as pessoas à sua volta a fazer o mesmo.

Trabalhar sob pressão

A reclamação é a mesma por todos os lados: Não agüento mais, é muita pressão!!!

Recentemente estava conversando com umas amigas que atuam em diferentes áreas e elas me diziam:

– Não agüento mais, é muito trabalho, muita pressão e pouco dinheiro! Sou professora e você pensa que é fácil? Tenho que planejar as aulas, aplicar e corrigir provas, entregar tudo no prazo. Tenho 30 crianças em sala de aula  e ainda levo trabalho para casa.

-Pressão,  sofro eu, disse a coordenadora escolar. É pai, mãe, professor, diretor e até secretaria de ensino. Além do que, os alunos estão cada vez mais desafiadores, incontroláveis e exigentes. Tem questões legais, de hierarquia, discriminação, “bullying”, etc… Entro na escola e não consigo mais sair, até parece uma prisão.

– Prisão é o lugar onde eu trabalho, disse a enfermeira. Trabalho, sábado, domingo e feriado e se acontecer de entrar um caso crítico no P.S., esquece o horário, a prioridade é o paciente. Não consigo me planejar para fazer nada após o horário de saída, porque nunca sei a que horas vou sair. Além disso, tem a equipe de qualidade hospitalar o tempo todo nos policiando.

– E eu? Disse a esteticista, as pessoas só podem cuidar de si em horários alternativos, inclusive sábados e domingos, então, se quiser sobreviver na minha profissão, eu tenho que estar disponível.

A situação é a mesma em todos os lugares e em todas as profissões: os prazos são curtos, os recursos escassos, as equipes reduzidas, a concorrência cada vez maior, os clientes mais exigentes e por isso, as empresas e os profissionais precisam ser cada vez mais produtivos e eficientes.

Em um cenário cada vez mais  competitivo e dinâmico,trabalhar sob pressão faz parte do negócio. De qualquer negócio.

É preciso que todos estejam conscientes disso. Não adianta achar que mudando de área ou de empresa a pressão diminui.

Ao invés de tentar diminuir a pressão, é preciso saber “lidar com ela”.

A pressão não é necessariamente ruim, ao contrário, há muita gente que  funciona melhor quando se sente pressionado. Porque em alguns casos, a pressão gera foco.

Quando somos desafiados a atingir maiores níveis de excelência e produtividade, em geral, nos obrigamos a pensar, criar, inovar e encontrar alternativas.

Não estou dizendo que você deve pressionar a sua equipe ou o seu colega, mas sim que cada um de nós, como profissionais, devemos estabelecer as nossas metas, os nossos prazos, os nossos objetivos e nos “auto-pressionar” a atingi-los.

Se você mesmo, for quem te pressiona, vai com certeza evitar muita pressão de cima ou dos lados e com isso, vai acabar por se sentir mais satisfeito consigo mesmo, com os seus resultados, com a sua chefia e com a sua empresa.

O que você está fazendo para se “auto-pressionar”/ se cobrar?

Pense nisso!

NÃO TRABALHE MUITO… Trabalhe certo!

Esse é o titulo de um livro muito interessante, baseado no trabalho realizado com grandes empresas, tais como Google, Ford, Sony, etc….

Embora o autor procure falar sobre os fatores necessários para tornar a equipe mais engajada, fiquei pensando em como isso pode ser verdade também no que se refere ao nosso desempenho individual e o que cada um pode fazer para ser mais produtivo e eficiente.

O stress e a ansiedade são conseqüências naturais da vida moderna. Há inúmeras pesquisas confirmando que cada dia  é maior o número de pessoas vitimadas por esses males.

Grande parte destes problemas é gerada pelo excesso de trabalho e pela máxima de “tudo ao mesmo tempo agora” que norteia o nosso dia a dia.

Algumas pessoas,  parece que sentem prazer em dizer: “estou atolado até o pescoço” ou “não tenho tempo para nada”, “estou sobrecarregado, é muita coisa para uma pessoa só”.

É claro que em determinados momentos ou períodos, em função de um projeto novo ou da perda de um colaborador, é natural nos encontrarmos assim, mas isso não pode ser uma rotina. Se for, tem algo de errado e não é com a situação é com você!

Mais do que em nenhuma outra época, precisamos nos organizar e desenvolver métodos de trabalho que nos ajudem a ser mais eficientes e produtivos.

Caso contrário você estará trabalhando muito, fazendo um esforço enorme, sentindo-se sobrecarregado e produzindo quase nada.

Por isso não trabalhe muito, nem pouco, mas trabalhe certo.

Como assim?

A sua produtividade está totalmente ligada à forma como você administra o seu tempo.

Temos hoje inúmeros fatores que podem nos “roubar tempo”: o celular, o telefone fixo, o facebook, as notícias do UOL, as pesquisas aleatórias no Google, as conversas sobre amenidades (novela, filmes, cinema, restaurantes, lazer) , a falta de objetividade para tratar diversos assuntos, enfim…

A primeira coisa a fazer, para ser mais produtivo é organizar-se. Não trabalhe sobre demanda (atendendo a todos que te procuram ou que te solicitam)crie você as suas demandas (estabeleça as suas prioridades, o que você considera importante gerenciar/acompanhar). Estabeleça uma rotina própria de trabalho, tenha dias e horários pré definidos para determinadas atividades (as mais importantes pelo menos).

Porque a terapia e a ginástica funcionam para algumas pessoas? Porque faz parte da rotina.

Se você tem atividades diárias, semanais ou mensais que precisa realizar regularmente, bloqueie a agenda.

Tenha uma lista dos seus objetivos diários, podem  ser atividades administrativas, pode ser meta de venda, número de peças ou de seguros, enfim…funciona para todos.

Não deixe que o e-mail ou celular atrapalhem a sua produtividade. Estabeleça um horário para ler e-mails, um horário para analisar relatórios e um horário para retornar ligação. Entenda que quando alguém te liga você pode atender e dizer “é urgente? Posso te retornar no final do dia”?

São dicas simples e básicas, mas se seguidas com certeza você vai ver que para ter o resultado desejado nem sempre é preciso trabalhar muito, mas trabalhar certo é fundamental.